quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os 10 discos mais vendidos no Brasil na história


Não, amantes da MPB, nada de Chico Buarque, Caetano Veloso ou Gil. Não, amantes do rock, nada de Legião, Engenheiros ou Titãs. Bossa-nova, carro chefe da chamada moderna música brasileira, nem pensar. Nada de Paulinho da Viola no samba, nem Luiz Gonzaga no baião. É só disco pé de chinelo mesmo! Difícil manter a compostura, mas vá lá... os 10 discos mais vendidos no Brasil.


10º. Terra Samba ao vivo e a cores (Terra Samba, 1998) – 2.450.411
9º. Mamonas Assassinas (1995) – 2.468.830
8º. Xou da Xuxa (Xuxa, 1986) – 2.689.000
7º. Um sonhador (Leandro e Leonardo, 1998) – 2.732.735
6º. Xegundo Xou da Xuxa (Xuxa, 1987) – 2.754.000
5º. Xou da Xuxa 4 (Xuxa, 1989) – 2.920.000
4º. Só Pra Contrariar (1997) – 2.984.384
3º. Leandro e Leonardo (1990) – 3.145.814
2º. Xou da Xuxa 3 (Xuxa, 1988) – 3.216.000
1º. Músicas para louvar o Senhor (Padre Marcelo Rossi, 1998) – 3.228.468

Raul: o grande trunfo do xadrez


Sou amante e fã das canções do sábio Raulzito. Sou capaz de dizer que gosto de todas as músicas, ainda que estivesse mentindo para mim mesmo. Seja como for, se tem alguma canção do Maluco Beleza que eu não goste, jamais irei assumir.

Porém hoje, mais de 20 anos depois que me tornei, ainda criança, fã incondicional da máxima "Toca raul", quando escuto suas canções o que toca o meu coração é uma outra toada.

Quando moleque, passava meus dias, minhas horas e meus minutos lendo livros sobre Raul Seixas; interpretando e reinterpretando suas canções. Não abri todos os baús nem desvendei todos os enigmas e ainda me impressiono nos momentos em que sem querer acabo descobrindo um sentido que jamais havia pensado. Seja como for, já não me debruço na tentativa de compreensões de faixas difíceis de analisar por fazerem parte de mim mesmo.

O fato é que se Raul Seixas antes era atitude, agressão, iniciativa, confronto com algumas ordens que ele próprio rompeu mas que ainda servia às minhas pretenções, hoje Raulzito para mim é pura melancolia. Eu seria capaz de chorar ouvindo Raul. Não porque ele tenha canções tristes, mas porque cada álbum me lembra exatamente isso: um momento da vida em que ele era uma das minhas maiores preocupações. Detalhe, meu sonho era montar um fã-clube do Maluco.

Ou seja, Seixas me lembra uma época em que tudo era mais simples. Pode ser nostalgia, saudade da infância ou simplesmente constatação da dureza da vida adulta e os reais problemas que a vida real possui. Quando ouço Novo Aeon vejo a mim mesmo guri, empolgado, vivendo cada faixa em cada dia que se passava. Por isso Raul é ainda mais emocionante para mim nos dias de hoje. Toca raul.

Eu nunca cometo pequenos erros; Enquanto eu posso causar terremoto; e das tempestades já não tenho medo, acordo mais cedo; um moleque maravilhoso

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cadê o Rock and Roll?




.....Como eu dizia em uma postagem abaixo...

Saudade da Terra e de Gonzagão


.....Tem coisas que não há como se explicar. Estava eu morando lá na Espanha, comprei um violão velho e surrado numa loja de usados para continuar tocando "o meu roquezinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém". Nada de novo no front.
.....Eis que nós, brasileiros, resolvemos organizar, em junho, uma festa junina. Organizamos, foi fantástica e um fato novo se procedeu.
.....Era o ano 2000 em ponto. Bira, um baiano, teve que ir embora mais cedo e deixou comigo uma caixa de CDs do Luiz Gonzaga. Eu, na minha inocência, resolvi escutar alguma coisa. Foi o fim!!! O Rei do Baião penetrou no oceano mais profundo do meu ser e suas canções de êxodo e saudade da terra natal me arrebataram e foram a própria concretização do que era o Brasil, para mim. Hoje nem sei em que lugar o Gonzagão está na minha vida, se é um locus musical, um estilo de vida ou a trilha sonora de alguns momentos magníficos. Sei que quando ouço aquela sanfona tocar, eu enlouqueço, não consigo ficar parado.
.....Vale lembrar, depois de Gonzaga comecei a me aprofundar em percussão e hoje, além do roquezinho antigo e da (para mim) difícil MPB, tem sempre o momento do pandeiro, da zabumba e do triângulo que, na falta de explicação melhor, pode resumir todo um Brasil.

Preguiça de Conhecer Coisa Nova


.....Com o passar do tempo algo me assusta: cada vez menos procuro novas músicas. Não sei dizer se é preguiça, se o acervo que eu tenho me satisfaz, se é velhice ou se o que eu gosto é bom e o novo é ruim. Posso dar várias explicações.
.....Na entrevista que o Chico Buarque dá à Caros Amigos (dez, 1998), ele diz: "não ouço mais música popular como ouvia quando tinha vinte anos". Pois bem, eu ainda gosto muito de ouvir as canções que sempre gostei, mas dispor-me ao novo requer um outro posicionamento do meu corpo, do meu espírito e do meu ouvido.
.....Quando ouço algo novo, por exemplo nessa onda Emo, me sinto velho ao pensar "que merda, bom era no meu tempo", mas lembro que meus familiares mais velhos diziam a mesma coisa. Com o tempo, fui agregando "coisas das antigas" ao meu repertório, como Mutantes e a própria MPB. Mas hoje tenho pouca paciência para novos rocks ou que seja os filhos dos filhos da velha guarda da música brasileira (entenda-se Maria Rita, Caetano Filhos, Gilberto Gil filhos, Pepeu Gomes Filhos e etc), cópias das farsas dos originais (mais uma vez uma visão velha do mundo da nova música).
.....Tenho sorte: um irmão 15 anos mais novo que me apresenta novidades. O problema é que ele gosta demais das velharias que eu gostava (Raul, Beatles, Tim Maia, etc) o que reforça meu ponto de vista de gente velha e preguiçosa que a onda de hoje é fraca. Ah! Tenho um irmão mais velho que me apresenta tudo quando é Indie. Quando ouvi fiquei feliz comigo mesmo: legal, coisa nova! Mas pesquisando, a maioria dos grupos é dos 80 ou 90.
.....Ou seja, deixa como tá, vou continuar com a minha preguiça e velhice que, como consolo, serve dizer que é a mesma do Chico Buarque.